Para isso, Otto Von Bismarck (fig. 1 - 1º ministro do Império Alemão) convocou a Conferência de Berlim entre 1884 e 1885.
fig.1 |
Com o objectivo de dividir África entre essas mesmas potências (Alemanha, Inglaterra, Bélgica e França), a conferência realizou-se. Portugal, que não era uma potência industrializada, também esteve presente contudo por motivos diferentes: por direitos históricos.
Nesta conferência é também decretado o direito da Ocupação Efectiva , isto é: os territórios só seriam entregues a quem possuísse meios para o desenvolver. Assim, e como podemos visualizar no mapa (fig.2), a Inglaterra fica com os benefícios e Portugal, logicamente, sai prejudicado pois não tinha dinheiro, muito menos prestigio para poder negociar. Estas potências queriam as colónias por vários motivos: economicamente, a mão-de-obra era mais barata, pois apesar de, na Europa, haver muita população, os sindicatos protegiam os trabalhadores e estes nao aceitavam trabalhar por qualquer salário e horas. Para além disso, também queriam explorar para obter matérias primas e ainda podiam criar mercados, pois na Europa havia muita concorrência. Para além dos motivos económicos, queriam ainda ensinar as populações das colónias para as servir. Convinha ainda pois na mentalidade dos Europeus, quem tem mais território, é o maior e todos tinham essa ambição.
fig.2 |
Como a Inglaterra conseguiu a maioria dos territórios africanos, Cecil Rhodes propôs uma linha férrea em 1890 que fosse do Cairo ao Cabo, porém havia um inconveniente: Portugal tinha um território a meio, o Chile por isso, a Inglaterra mandou um Ultimato a Portugal (Ultimato Inglês) que decretava que se Portugal não cedesse o Chile, esta seria obrigada a mandar os navios que tinha na Costa avançar e atacar Lisboa. Portugal foi então obrigado a ceder, pois estava dependente da Inglaterra. O Chile passou a chamar-se Rodésia.
Nesta Europa que ambicionava então um desenvolvimento progressivo e onde havia prevalecido o liberalismo, surgem também transformações, mas a nível político. O demo-liberalismo surge, como se fosse feito um upgrade ao liberalismo com vista a um aperfeiçoamento que procurava o aumento do número de aderentes e neste contexto, as antigas monarquias por monarquias constitucionais e repúblicas. Na Alemanha, Áustrio-Hungria. Rússia e no Império Otomano os regimes autocráticos prevalecem. Assim, na faixa ocidental, era mais comum o liberalismo enquanto que na faixa central e de leste, era mais fácil encontrarmos regimes autoritários. Como representantes do poder absoluto, recorrentes à violência, podemos salientar Guilherme II (fig.3), o Imperador Francisco Fernando (fig.4) e o Czar Nicolau II (fig.5)
fig.3 |
fig.4 |
fig.5 |
Com este demo-liberalismo surgiu o sufrágio universal. Anteriormente, vigorava o sufrágio censitário que declarava que só poderia votar quem possuísse meios económicos (riqueza) suficiente para se considerar aceitável e títulos. Com o surgimento deste novo sistema de voto, (quase) todos podiam votar desde que tivessem mais de 25 anos, passando depois a 21 anos. Assim, o voto já não estava tão severamente restringido apesar de se continuarem a excluir as crianças, as mulheres, os negros e os analfabetos.
fonte: apontamentos das aulas, manual de história